Uma das pedras de toque dos reformistas da educação é o chamado ensino centrado no aluno. Como em todas as perspectivas que suportam o discurso mole, mas de efeitos duros, que está a desestruturar os sistemas educativos, também esta ideia é pouco pensada e possui, no seu cerne, contradições insanáveis. O que significará centrar o ensino no aluno? Em primeiro lugar, significaria que numa turma haveria tantos centros quantos os alunos presentes, o que, por si só, tornaria, mesmo numa pequena turma, o trabalho do professor numa impossibilidade prática. Que esta evidência não ocorra a quem, no Ministério da Educação, impõe este tipo de ideias não é de estranhar. Essa gente não sabe ou esqueceu o que é uma sala de aula.
Em segundo lugar, é perverter a natureza das coisas. Há um currículo que deverá ser adquirido pelos alunos e, por isso, transmitido pelos professores. Centrar o ensino nos alunos significa pluralizar de tal maneira o currículo que ele deixa de ter qualquer função. É curioso que, mais uma vez, quem impõe este tipo de coisas não pense nas consequências e chegue ao seguinte paradoxo: por um lado, há um currículo nacional obrigatório, que os professores deverão transmitir, mas, por outro, há a pedagogia centrada no aluno que conduz inevitavelmente à subalternização desse currículo. Os professores são sempre culpados, façam o que fizerem, deverão ser penalizados: se centram as aulas no currículo não as centram nos alunos; se as centram nos alunos, não cumprem o currículo. Notável universo kafkiano.
Por fim, e o mais grave, um ensino centrado no aluno tem como único e lógico corolário não fazer o aluno elevar-se acima do patamar em que está. Ensinar significa colocar obstáculos, obstáculos ultrapassáveis, por certo, e ajudar os alunos a ultrapassar esses obstáculos. Aprender é saltar obstáculos, elevar-se acima do nível em que se encontra. Se, por exemplo, a linguagem de um professor estiver ao nível da do aluno, para que este possa «compreendê-lo», que desafio terá o aluno para se elevar acima do estado de ignorância em que se encontra?
O ensino centrado no aluno não passa de uma falácia educacional. Será uma falácia ingénua? Desconfio que não. Julgo que tem uma dupla finalidade: colocar o professor numa situação tal que ele, faça o que fizer, é sempre culpado de qualquer coisa; evitar, por outro lado, que os alunos da escola pública, pois é a eles que esta indigência de pensamento se quer impor, aprendam e se tornem melhores. Há toda uma estratégia de ignorância, mascarada por uma linguagem doce, mas que tem por fim proteger quem estuda nas escolas privadas, onde tudo isto é risível.
Em segundo lugar, é perverter a natureza das coisas. Há um currículo que deverá ser adquirido pelos alunos e, por isso, transmitido pelos professores. Centrar o ensino nos alunos significa pluralizar de tal maneira o currículo que ele deixa de ter qualquer função. É curioso que, mais uma vez, quem impõe este tipo de coisas não pense nas consequências e chegue ao seguinte paradoxo: por um lado, há um currículo nacional obrigatório, que os professores deverão transmitir, mas, por outro, há a pedagogia centrada no aluno que conduz inevitavelmente à subalternização desse currículo. Os professores são sempre culpados, façam o que fizerem, deverão ser penalizados: se centram as aulas no currículo não as centram nos alunos; se as centram nos alunos, não cumprem o currículo. Notável universo kafkiano.
Por fim, e o mais grave, um ensino centrado no aluno tem como único e lógico corolário não fazer o aluno elevar-se acima do patamar em que está. Ensinar significa colocar obstáculos, obstáculos ultrapassáveis, por certo, e ajudar os alunos a ultrapassar esses obstáculos. Aprender é saltar obstáculos, elevar-se acima do nível em que se encontra. Se, por exemplo, a linguagem de um professor estiver ao nível da do aluno, para que este possa «compreendê-lo», que desafio terá o aluno para se elevar acima do estado de ignorância em que se encontra?
O ensino centrado no aluno não passa de uma falácia educacional. Será uma falácia ingénua? Desconfio que não. Julgo que tem uma dupla finalidade: colocar o professor numa situação tal que ele, faça o que fizer, é sempre culpado de qualquer coisa; evitar, por outro lado, que os alunos da escola pública, pois é a eles que esta indigência de pensamento se quer impor, aprendam e se tornem melhores. Há toda uma estratégia de ignorância, mascarada por uma linguagem doce, mas que tem por fim proteger quem estuda nas escolas privadas, onde tudo isto é risível.
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