' '' O QUE SE PRETENDE NO ENSINO DA HISTÓRIA | PROF VAL BARRETO - CANDIDATA A VEREADORA DE PORTO VELHO!

08 agosto 2011

O QUE SE PRETENDE NO ENSINO DA HISTÓRIA


Ensinar história requer dedicação do professor caso este tenha como objetivo mais que apenas memorização dos fatos históricos. A história não é simplesmente um relato de fatos que ocorreram, tão pouco um elogio de figuras ilustres. Erroneamente a história narra o discurso dos vencedores dos conflitos, das revoluções, das mudanças políticas, mas pouco se fala sobre os conflitos populares, sobre os fatos que levaram acontecimentos mal sucedidos.
A história não pode estar atrelada apenas a elogiar figuras ilustres apenas para nomeação de ruas, escolas... A história não foi construída apenas por nomes conhecidos como Pedro Alvarez Cabral, Tiradentes, muitas pessoas assim como nós fazemos parte dessa história, portanto faz-se necessário ir mais alem para que a história seja um campo de debate, um espaço de conflitos.        
O modo como vamos tratar os fatos históricos é que pode alterar o significado de conteúdo.

Ex. Descobrimento do Brasil, a vinda da família real para o Brasil e os Jesuítas.

Após ensinar através dessa metodologia, com simples narração que mostra o lado explicito com datas, nomes e dados o aluno se torna apto para responder a um questionário. Nós professores podemos estar ensinando para que o aluno saiba responder a uma série de perguntas, mas podemos ensiná-las a compreender a historia e a importância das relações históricas desse país.
Pode-se também inseri-las, para que percebam que também fazem parte da história, porque as histórias individuais são parte das histórias coletivas.  

Ex: Pedro Alvarez Cabral chegou ao Brasil em busca de especiarias, mas essa terra não estava vazia, ela era habitada pelos índios. Eles buscavam apenas especiarias e riqueza pessoal, queriam apenas explorar o Brasil. A família real não veio ao Brasil, ela fugiu para o Brasil por causa de Napoleão. A educação dos Jesuítas não pode ser vista apenas como um ato de fé e amor para pôr fim ao analfabetismo no Brasil. Havia muitos outros interesses por trás disso.

Somos seres históricos feitos de tempo

Somos seres históricos, já que nossas ações e pensamentos mudam no tempo, à medida que enfrentamos os problemas não só da vida pessoal, mas como também da experiência coletiva. É assim que produzimos a nós mesmos e a cultura a que pertencemos.

- Cada geração assimila a herança cultural dos antepassados;
- O passado não está morto, porque nele se fundam as raízes do presente;
- Somos o resultado do devir humano, portanto não nos compreendemos fora da prática social, porque esta, por sua vez , se encontra mergulhada em um contexto histórico-social concreto.
- Com a História da Educação construímos interpretações sobre as maneiras pelas quais os povos transmitem sua cultura e criam as instituições escolares e as teorias que as orientam;
- Se somos seres históricos, nada escapa à dimensão do tempo. Portanto o professor deve fazer com que o aluno perceba que faz parte da história.

E como fazer essa problematização?

O professor é o elemento central desse trabalho. É muito mais complicado que apenas pegar os textos prontos e fazer o básico, mas, se você quer ser o professor que marca a vida de um aluno positivamente, que incentiva seu senso critico, ou até mesmo a construção da sua personalidade e identidade. Acredite, o professor têm esse poder. Um dos caminhos que pode ser seguindo é a utilização de documentos e fontes históricas. Os documentos são portadores de significados não elucidados que necessitam de tratamento, problematização e significado do professor e dos alunos em situação de aprendizagem para possibilitar a reconstrução do nosso passado.

E o que os PCN´s nos dizem?

Segundo os PCN´s o professor deve fazer o aluno questionar e dialogar com os textos. Mas só esses textos seriam o suficiente para fazer o aluno questionar e dialogar?  É preferível saber em que contexto histórico os fatos foram produzidos e quais os episódios e os sujeitos históricos que foram privilegiados.

EXISTIRIA A POSSIBILIDADE DE PRIVILEGIAR OUTROS FATOS?

Como o tempo está organizado? Linearmente? Como está organizado o seu ponto de vista como professor? Qual a influencia das fontes na maneira como tratamos a história?


FONTES PRIMÁRIAS

FONTES MATERIAIS
FONTES ESCRITAS
FONTES VISUAIS
FONTES
ORAIS

Exemplos


Exemplos


Exemplos


Exemplos


Monumentos

Documentos

Pinturas

Discursos
Vestimentas da época

Cartas

Caricaturas
Acervos de audio
Estradas de ferro
Diários

Gravuras
Depoimentos
Mapas

*Objetos que podem ser manuseados
Registros

Fotografias

*Atualmente esses arquivos de audio podem ser convertidos em mp3, phodecaster e compartilhados.

*Antigamente alguns registros eram feitos pelos “escribas”.

Filmes
*Iconografias

Tabela 01: fontes históricas Autor: Valdineia Barreto

Na pratica como podemos ensinar os alunos a compreender a historia e a importância das relações históricas?
A utilização de processos simples de conhecimento da realidade na qual o aluno está inserido: observar, questionar, descrever, formular questões e problemas, avançar em possíveis respostas, confirmar. A distinção das fontes de informação com diferentes linguagens: orais, escritas, iconográficas, monumentais, virtuais. A utilização de fontes diversas em torno de conceitos essenciais para a compreensão social e histórica.

QUANDO O ALUNO JÁ É ALFABETIZADO:

- Pedir que este conte sua história através de uma redação.
- Pedir que escreva um diário.

QUANDO A CRIANÇA AINDA "NÃO" FOI ALFABETIZADA

- Pedir que narre sua história oralmente.
- Pedir que as tragam algum objeto que represente a sua família, ou a história da família...
- Para que façam recortes e colagens de objetos ou de coisas que retratem alguma história ou experiência.
- Pedir que pintem, desenhem fatos históricos.

DA TEORIA PARA A PRÁTICA
Podem ser feitas:

- Analises de filmes: existem filmes que retratam a época e apresentam fatos históricos confiáveis baseados em pesquisas. Normalmente pode-se ver a face oculta da história com fidelidade aos fatos, aos figurinos. Exemplo de filme: “Em nome de Deus”.
- Leitura e interpretação de figuras, fotos, livros, cartazes: pedir que os alunos façam analise, digam o que vêem, para explorar seu senso de interpretação e muito mais.
- Exposições e mostras; pode ser feita através da confecção de maquetes, reprodução de fatos, pinturas históricas etc...
- Confecções de diários e narrativas: pede-se ao aluno que registre suas ações, que diga o que se sente, para que narre um dia, uma semana ou mais da sua vida para que o aluno desenvolva sua capacidade de narrar acontecimentos e até a refletir neles. Outra coisa importante é que dessa maneira o professor conhece a realidade do aluno. O professor não deve ignorar a realidade do aluno, nem sua perspectiva.
- Aulas-visita. É feita através de visitas a museus. (Em Rondônia não é possível, pois o estado não possui museu, porém isso pode ser feito através de aula-visita na Estrada de Ferro Madeira Mamoré para uma aula de historia regional).

(Resumo da aula de Metodologia do Ensino da Historia, ministrada pelo professor ¹Adriano Lopes Saraiva  no curso de Pedagogia da Faculdade Metropolitana-UNNESA de Porto Velho, Rondônia, Brasil)
¹Twitter: @adsaraiva

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