1 INTRODUÇÃO
A discussão sobre o
planejando nos tem dado uma oportunidade importante para nossa postura como
profissional. Portanto, a disciplina de planejamento educacional nos dá através
da professora Ms Sheila Ximenes uma reflexão sobre o planejamento através da
analise de uma das partes do capítulo do livro “Planejamento. Projeto de Ensino-aprendizagem e Projeto Político
Pedagógico” do autor Celso Vasconcelos, 2010.
Porém nesta resenha estaremos fazendo algumas
considerações sobre a 1ª parte do capítulo: “Planejamento em questão”
onde o principal objetivo do livro é ajudar a prática educativa e convida o
leitor a fazer uma reflexão que possa fazer com que os professores, educadores,
acadêmicos de Pedagogia e assim consecutivamente possam aprender a agir, a
mudar, a avançar.... Ainda
nas faculdades é possível notar que o tema “planejamento” é taxado como
“chato”, fazendo jus a fama “professor nenhum gosta de planejar”, mas assim
como o autor esperar mudar isso, esperamos ser uma nova geração de pedagogos
que valorize de fato o planejamento e o faça com força de vontade.
2 PRIMEIRA
PARTE – PLANEJAMENTO EM QUESTÃO
Antes de qualquer coisa, o
que é reflexão? Essa é uma boa maneira de começar a refletir sobre o termo
propriamente tido, para só então a partir daí buscar os outros caminhos que nos
leve a entender como se dá esse processo de reflexão.
A reflexão, portanto, é uma
mediação no processo dede transformação. É como afirma Rubinstein (1967), que
acredita que o caráter consciente e orientado a um fim caracteriza a atuação
humana.
Baseado na ideia de que a
ação humana pode ser alienada o autor acredita que a alienação não significa
que o professor não esteja apto para agir, ou que não tenha um fim, um
objetivo, ele trata isso como uma qualidade dos mesmos.
3
A FALTA DE SENTIDO DO PLANEJAMENTO
Quando adentramos no campo
educacional, deparamo-nos com séculos de denuncia de uma escola desvinculada da
vida, abstrata, formalista, autoritária passiva, etc., e, no entanto, uma
observação mais atenta, nos damos conta que a prática, no seu conjunto, pouco
tem mudado.
3.1 LOCALIZAÇÃO DA PROBLEMÁTICA
No cotidiano das escolas,
em especial no final e inicio de ano, é realizada uma série de práticas como
preencher formulários com objetivos, conteúdo estratégia,avaliação ,indicação
de livros didáticos, etc.
4 ANÁLISE DAS IDEIAS DO AUTOR
Celso Vasconcellos, nos
fragmentos sobre Planejamento de Ensino, discorre sobre o Papel da Reflexão
como mediação no processo de transformação; Falta de sentido do planejamento e
por último, enfoca a Análise do problema da falta de credibilidade do
planejamento.
A reflexão encontra-se no
campo da subjetividade, sendo que os obstáculos para a mudança estão tanto no
campo subjetivo como no objetivo, enquanto tal, não pode interferir na
realidade, nas condições objetivas; os sujeitos é que podem agir – direta ou
indiretamente sobre a realidade.
A reflexão tem por função
despertar o sujeito, além de capacitá-lo para caminhar. Neste sentido, a
reflexão implica na articulação de duas dimensões: O Convencimento para
reconstruir o sujeito mediador, despertando o desejo para a consciência se integrar,
se motivar para a ação. A Intervenção para construir caminho viável de
mediação, projetar objetivos para a ação.
v
O que dizem os professores:
Não é possível planejar;
do jeito que o planejamento vem sendo feito não funciona; não é necessário
planejar. Como entender a descrença do educador em relação ao planejamento?
v
Não é possível planejar
Há uma visão de que não da
para planejar, porque a realidade da escola não e nada simples e a sala de aula
e muito dinâmica (cada dia e cada dia, cada classe e cada classe, cada aula e
uma aula...) tudo muda...
v
Não há condições
Muitas vezes, o que esta
em questão e a percepção da falta de condições mínimas favoráveis para poder se
desencadear um processo de planejamento significativo.
v
Não há jeito mesmo
Alem disto, há a questão
do determinismo enraizado : se somos determinados (por fatores
biológicos,sociais,psicológicos, etc.), se não da para mudar mesmo de que
adianta planeja?isto nada mais seria que uma enganação,uma alienação, uma perda
de tempo..
v
É inútil
Esta e com certeza umas
das maiores queixas dos professores: sentem que estão submetidos a um ritual
que não tem conseqüências na pratica cotidiana da escola, e uma mera
formalidade.
5
DUAS GRANDES CORRENTES DO PENSAMENTO
Na história do pensamento
humano, a reflexão do homem orbitou em torno de duas grandes correntes: A
Metafísica - Parmênides – defendia a estabilidade das coisas, não admitindo as
contradições, para ele, a essência profunda do ser era imutável e o movimento
(mudança) era um fenômeno de superfície. A Dialética – Heráclito – admitia o movimento,
no qual tudo estava num constante vir-a-ser. A linha de pensamento, metafísica,
prevaleceu sobre a dialética de Heráclito. Uma das mais fortes vertentes do
pensamento até hoje presente no nosso meio, corrente platônica, é o idealismo
metafísico.
5.1 PROCESSO DE ALIENAÇÃO DO
PROFESSOR:
O educador como cidadão
está inserido num contexto mais amplo de sociedade, sendo, portanto atingido
pela alienação imposta devida a toda forma de organização social. Enquanto
profissional, participa da alienação midiatizada no conjunto de seu trabalho.
A situação de alienação se
caracteriza pela falta de compreensão e domínio nos vários aspectos da tarefa
educativa: ao educador falta clareza com relação à realidade em que ele vive,
não dominando, por exemplo, como os fatos e fenômenos chegaram ao ponto em que
estão hoje (dimensão sociológica, histórico-processual; falta clareza quanto à
finalidade daquilo que ele faz: educação para quê, em favor de quem, contra
quem, que tipo de homem e de sociedade formar,etc.(dimensão política,
filosófica) e, finalmente, falta clareza quanto à sua ação em sala de aula
(dimensão pedagógica). Efetivamente,
faltando uma visão de realidade e de finalidade, fica difícil para o educador
operacionalizar alguma prática transformadora, já que não sabe onde está, nem
para onde quer ir.
6
(DES)CAMINHOS DO PLANEJAMENTO:
Vamos
analisar agora a questão específica do desgaste do planejamento junto aos
educadores, levantando algumas hipóteses para explicá-las.
6.1 BREVE RETROSPECTIVA HISTÓRICA
A atividade de planejar é tão antiga quanto o
homem, mas a sistematização do planejamento ocorreu fora do campo educacional,
ligada ao mundo da produção e à emergência da ciência da administração (final
do séc.XIX).
Ao tratar de planejamento
a administração utiliza temos como os objetivos e estratégias, remetendo-se às
estratégias de guerra! Considerada como empreendimento que sempre buscou a
eficiência...Mas talvez o elemento genealógico mais complicador em termos de
alienação do trabalho – em geral e escolar – tenha sido a preconização por
Taylor da necessidade de separar a tarefa de planejamento da execução, ou seja,
organizar cientificamente o trabalho implicava a distinção radical entre
concepção e realização.
Desta forma, esta nova
ciência acaba por respaldar e justificar a prática tão antiga de uns conceberem
(homens livres) e outro executarem (escravos), fundamentando o planejamento
tecnocrático, onde o poder de decisão e controle está nas mãos de técnicos,
especialistas e não no próprio agente transformador.
No início do séc.XX, o
planejamento vai avançando para todos os setores da sociedade, provocando
enorme impacto a partir do seu uso na União Soviética não como simples
organização interna a uma empresa, mas como planificação de toda uma economia.
7
LINHAS DE PLANEJAMENTO ADMINISTRATIVO NA ATUALIDADE
Gerenciamento da qualidade
total; Planejamento estratégico e Planejamento participativo. Ao analisar a
história da educação escolar, percebemos diferentes concepções do processo de
planejamento, de acordo com cada contexto sócio-político-econômico-cultura.
A profª.Margot Ott (1984)
aponta três grandes concepções que vão se manifestando em diferentes momentos
da história do planejamento:
v
Planejamento
como Princípio prático;
v
Concepção associada à tendência tradicional;
v
Instrumental/Normativo;
v
Tendência tecnicista de educação;
v
Planejamento
Participativo - fundamentos marcantes nesta concepção:
- consciência;
- intencionalidade;
- participação;
O saber deixa de ser
considerado como propriedade dos especialistas, valorizando-se a construção, o
diálogo, o poder coletivo local, a formação da consciência crítica a partir da
reflexão sobre a prática de mudança. Planejamento, instrumento de intervenção
no real para transformá-lo na direção de uma sociedade mais justa e
igualitária.
8
NÚCLEO DO PROBLEMA DO PLANEJAMENTO.
Elementos que comprometem o sentido e
a força do planejamento:
v
Idealismo = tendência de valorizar as idéias em
detrimento da prática;
v
Formalismo = atividade desprovida de sentido
para o sujeito, cumprimento de prazos não discutidos, preenchimento de
formulários impostos, adequação a um saber já pronto (técnico);
v
Não-Participação = planejamento tido como dispositivo
de disciplinamento de professores e alunos, meio de dominação ao invés de
liberação. Tal prática de planejamento introduz uma cisão na totalidade humana,
tendo em vista que as pessoas não participam dos resultados do próprio
trabalho.
9
CONCLUSÃO
O estudo deste capítulo foi
muito importante para nós futuros pedagogos refletir sobre o assunto “Planejamento
em questão” apresentado por Celso Vasconcellos, pois contribuiu de forma
significativa para nossa reflexão e aproveitamento da disciplina “Planejamento
educacional”.
Ficou clara a intenção do autor em nos mostrar
que o professor necessita planejar, refletir sobre sua ação antes, durante e
depois de sua prática docente, saber de onde partir, onde quer chegar, que
sujeito formar e em que sociedade atuar. (GANDIM, 1985).
Foi possível perceber que é
normal ter uma certa descrença dos professores, afinal é difícil, cansativo,
mas não é inútil como pensam alguns, é necessário.
Apesar de tudo parecer fácil
no papel que (aceita qualquer coisa) como diz o autor, as vezes acontece que o
professor é seduzido pelas promessas do planejamento, como se através dele tudo
pudesse ser resolvido e isso não acontece na rapidez que o professor espera,
nem ocorre como ele imaginou que aconteceria, causando assim um desanimo no ato
de planejar, o professor cria a ilusão de que não vale a pena.
O sentimento que o professor
tem ao encarar o planejamento e ver na prática não é tão fácil quanto no papel
é o de decepção, ele finda desacreditando, mas é cobrado e obrigado a continuar
planejando, aí ele planeja porque é uma formalidade e isso o faz ser um
professor alienado, ele não planeja no sentido que deveria, apenas faz porque é
uma prática e acaba fazendo disso algo mecanizado, apenas um método de
trabalho.
Por fim ficou claro também
que a dinâmica do planejamento é muito complicada, mas isso não dá o direto ao
professor de descontar isso nos alunos, portanto, a partir da analise feita
neste capítulo, fica clara a necessidade de superar a descrença no
planejamento, recuperar seu sentido para buscar alternativas de praticá-lo.
REFERÊNCIAS
VASCONCELOS, Celso dos S. Planejamento. Projeto de Ensino-aprendizagem
e Projeto Político-Pedagógico. 21ª Ed.São Paulo: Lebertad, 2010.