Laboratório de ensino de matemática da Universidade de Brasília*

RESUMO CAPÍTULO 7

Laboratório de ensino de matemática da Universidade de Brasília*

* Nilza Eigheer Bertoni e Maria Terezinha de Jesus Gaspar.

Uma trajetória de pesquisa em educação matemática, apoio à formação do professores e interação com a comunidade.

Nascido na década de 1980, o (LEM) Laboratório do ensino da matemática do Departamento de Matemática da Universidade de Brasília (UnB), foi usado pela primeira vez em um curso de verão para estudantes do ensino médio do 2º grau na UmB e uma ideia para a formação de um laboratório de Geometria para o “1º e 2º graus” sendo utilizado como apoio, principalmente para leituras, utilização e preparo de materiais, relacionado a algumas disciplinas que cursavam, como matemática para o ensino do 2º grau I e II, estágio supervisionado em matemática.

Além de propiciar o conhecimento, a criação e o uso de materiais de apoio ao ensino e aprendizagem, o estágio no LEM era entendido como uma etapa da prática do futuro professor refletida e articulada à teoria dedicados de 10 a 15 alunos da escola básica, cada um com 8 a 10 horas-aula, em diversas sessões.

Com freqüência, os alunos não reagiam de forma que os licenciados e o professor da disciplina previam, nem o material era tão esclarecedor quanto eles pensavam que fosse. Isso obrigava os futuros professores a ter certa flexibilidade, saindo do roteiro previamente planejado e buscando novas argumentações e justificativas.

No âmbito da reformulação da licenciatura dos anos de 1980, as disciplinas de matemática para o ensino do 2º grau I e II mudaram para geometria para o ensino do 1º e 2º grau e álgebra para o ensino do 1º e 2º graus, e ambas continuaram a requerer o apoio do LEM.

De 1985 a 1989, foi desenvolvido, no Departamento de Matemática da UsB, um projeto do Subprograma para o Ensino de Ciências (SPEC), vinculado à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), denominado Um novo currículo de matemática da 1ª A 8ª série.

O LEM além de sede do material de apoio e documentos do projeto (contendo textos, trabalhos de investigação, registro de experimentos com alunos, elaboração de propostas para a sala de aula, relatos de reuniões, relatórios semestrais etc.) e de local para reuniões de equipe, foi um espaço matematizado propício a sessões experimentais com alunos.

Os experimentos com alunos ocasionavam freqüentes redirecionamentos na proposta elaborada. Na licenciatura, as pesquisas, experimentos e resultados contaminaram as disciplinas voltadas para educação matemática, gerando interessa maior na reflexão e investigação sobre a matemática da sala de aula.

O laboratório foi um apoio a alguns assuntos matemáticos desenvolvidos em disciplinas para alunos da graduação, na área de matemática. Como exemplos, podemos citar o estudo dos grupos de simetrias de figuras planas e de alguns sólidos regulares, em que a manipulação desses objetos no laboratório guiou as percepções e inferências dos graduandos na construção desses grupos.

Atualmente o laboratório conta com três salas para atendimento a diversos segmentos: alunos de licenciatura em matemática, professores e alunos do ensino básico, alunos do ensino superior e membros da comunidade em geral. Seu acervo conta com aproximadamente seiscentos livros, vários materiais pedagógicos manipulativos e muitas apostilas e trabalhos de alunos e de professores etc.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS

LORENZATO, Sérgio (org). O laboratório de Ensino de matemática na formação dos professores. 2ª edição. Campinas, SP, 2009.

PS: Este é um resumo apenas do capítulo 7, ler o livro inteiro é uma experiência incrível. Os autores usavam uma linguagem clara e mostra a realidade do Ensino da matemática no Brasil. Já pensou se no país inteiro houvesse um laboratório desses?