' '' Memorial reflexivo: Breve relato de experiência no curso de formação de tutores do curso Profuncionário (EAD, formação e atuação). | PROF VAL BARRETO - CANDIDATA A VEREADORA DE PORTO VELHO!

14 outubro 2015

Memorial reflexivo: Breve relato de experiência no curso de formação de tutores do curso Profuncionário (EAD, formação e atuação).


Introdução

Eu não escolhi a educação a distância, foi a educação a distância, que me escolheu. Acredito que essa é a forma certa de iniciar a abordagem da minha experiência na área da Educação a distância.

Eu sou formada em Licenciatura plena em Pedagogia, me formei em agosto, de 2014 e não poderia ter escolhido profissão melhor, pois acredito na educação transformadora, pois me considero alguém que a educação transformou, a Pedagogia mudou em basicamente tudo em mim, hoje sou uma pessoa mais flexível, aprendi a respeitar a cultura da sociedade em que vivo, aprendi a valorizar a diversidade, a pluralidade de ideias e principalmente a ser mais humana.

Assim, sendo esse memorial tem a função de descrever a minha relação com a EAD, com curso Profuncionário, a tutoria e o conhecimento obtido.

Esse memorial analisa o contexto histórico-social, a organização curricular, a estrutura didático-pedagógica e metodológica, além de contextualizar a minha experiência como tutora a distância do curso Profuncionário e o desenvolvimento das minhas atividades junto a formação técnica dos funcionários da educação no Curso Infraestrutura escolar.

Com base nesse ponto de vista, esse memorial problematiza: Como o curso de formação de tutores pode contribuir para a melhoria da qualidade do atendimento aos funcionários da escola em formação no Profuncionário?

Esse memorial é muito relevante, visto que pode estabelecer a importante relação entre a teoria e a prática de como a formação dos funcionários da escola e minhas atividades como tutora se configuram, assim sendo, espero que o meu aproveitamento no Programa e no Curso de formação de tutores, possa contribuir para a reflexão da minha própria prática e refletir na qualidade do meu trabalho junto aos alunos.

Breve relato de experiência

Quando ingressei como tutora do Programa Profuncionário no Curso Infraestrutura escolar, eu ainda estava estudando, mas tive a honra de ter uma boa professora na disciplina de Educação a distância (EAD), lembro do meu primeiro contato com os conceitos, tipos de professores e tutores, a ambientação ao AVA e toda estrutura organizacional e metodológica da modalidade, contudo, todo o meu envolvimento com a EAD foi apenas teórico, eu não tinha tido acesso ao AVA em nenhum momento, ninguém da minha turma teve acesso a plataforma, então, imagine minha surpresa quando abriu o processo seletivo e eu consegui, virei tutora e em poucos dias estava diante do AVA pela primeira vez, então me perguntei: sou tutora, e agora?

Quando olhei todas as ferramentas do AVA, me senti perdida e surpresa, afinal, ali havia uma infinidade de possibilidades e eu iria explorá-las sem saber exatamente como fazer isso. Eu nunca tinha ouvido falar do Programa Profuncionário e não tinha ideia das especificidades do público alvo, então fiz uma pesquisa sobre a proposta do curso no site do MEC (Ministério da Educação e Cultura) e fiz outras leituras para conhecer pelo menos parcialmente a identidade dos meus alunos.

Lembro que houve uma reunião com a coordenação de tutoria do Profuncionário, foram discutidas sobre as funções dos tutores, horários, dentre outros assuntos, a palestra ocorreu por meio de apresentação no Power point com a exposição de print screen do AVA com instruções de como logar, como acessar o chat de tutoria, como enviar arquivos de feedback, dentre outras atividades que o tutor deve desenvolver.

Ficou claro, pelo menos do ponto de vista teórico o que eu deveria fazer como tutora e depois de alguns imprevistos como memoriais sem corrigir por uso inapropriado dos filtros, ausência de alunos nos chats de tutoria e participações nos fóruns, aprendi como manusear todas as ferramentas e assim pude auxiliar os alunos com os memoriais, dali em diante, desenvolvi uma grande paixão pela EAD, pelo Profuncionário e principalmente pelas narrativas dos cursistas, seu empenho e determinação em aprimorar sua prática no cotidiano das escolas.

Portanto, quando tive a oportunidade de participar do curso de formação de tutores do Profuncionário, vi a chance de aperfeiçoar minha prática e de me aproximar mais dos alunos, posso dizer que quando havia interação nos fóruns das disciplinas, instigados pela tutora sênior, eram sempre possível a sistematização de experiências e claro que em diversos momentos encontramos ponto de vista comuns, narrativas semelhantes ou mesmo a mesma concepção sobre a modalidade EAD e sobre o programa Profuncionário.

Logo, a relação entre outros tutores que estavam em formação mostrou que vivenciamos as mesmas dificuldades, mas a boa notícia é que não é tão difícil superar essas dificuldades, se cada tutor esforçar-se o bastante para aprimorar suas atividades primeiro, para que elas influenciem o programa e por fim, os cursistas.

Recordo constrangida do meu primeiro contato com a EAD e as diferenças entre o ensino a distância e presencial, no curso Profuncionário, quando avaliamos um memorial, por exemplo, é atribuída a totalidade de 0 a 100, e quando avaliado no ensino presencial é de 0 a 10, isso me levou a muitos erros ao lançar a nota, pode parecer bobo, mas foi uma adequação que tive que fazer, afinal, estava enraizado a forma convencional de receber e atribuir notas.

Alguns transtornos foram estarrecedores, como os erros no AVA ou mesmo indisponibilidade, houve diversas situações em que a plataforma estava fora do ar, ou que as alterações que eu fazia não eram efetuadas, isso resultou em alunos sem notas, memoriais que eu havia corrigido e que não constavam como corrigidos, essas situações problemas me deixaram preocupada e tudo teria sido mais simples se eu soubesse que tais eventos são comuns na modalidade EAD, por isso julgo importante o preparo, a formação beneficia a todos e evita esses transtornos.

Durante exercício de tutoria, percebi alguns mitos sendo desmitificados, como por exemplo, o mito de que o aluno necessita do professor como centro dirigindo o ensino, não, isso não é verdade, o aluno pode subsidiar a si mesmo.

É possível ser autodidata, é possível aprender quando a mediação do conhecimento não tem o professor como centro, o aluno recebe instruções, conteúdos e se desenvolve de acordo com seu tempo, suas habilidades e assim, adquire outras competências, isso foi uma grande surpresa para mim, principalmente considerando o desenvolvimento pessoal dos cursistas do Profuncionário, sua identidade e suas limitações.

Quando soube que havia um curso de formação de tutores, me fiz uma pergunta: por que agora? Após um ano atuando eu receberia a formação adequada, confesso que a plataforma do curso é mais complexa que a que eu utilizo como tutora no IFRO RO. Achei um pouco complicada. Talvez por ser diferente da outra que utilizo, mas o mais estranho foi estar do outro lado, sim, eu não era mais tutora e sim aluna da EAD.

Estar como aluna da EAD e não como tutora foi estranho, confesso que encontrei muita dificuldade para manusear as ferramentas, mensagens, acessar o material do curso de formação de tutores, foi irônico sem dúvidas, mas isso me permitiu perceber o quanto os cursistas do curso Infraestrutura escolar vivenciam dificuldades, e não é tão fácil pedir ajuda quando não estamos face a face para esclarecer uma dúvida. Esse foi um dos meus maiores aprendizados, nunca devemos parar de aprender e a EAD nunca para de nos surpreender.

Fiquei envergonhada ao ficar de recuperação por perder os prazos, achei o AVA do curso de formação tão confuso que pensei em desistir, mas após muitas tentativas da tutora sênior e os tutoriais que ela enviava ensinando como usar a plataforma, acabei aprendendo, imagine minha posição numa hora dessas? Que tipo de tutora não consegue usar as ferramentas do AVA, isso foi doloroso, mas tive que conviver com o fato de que o AVA do curso de formação era muito diferente do meu, embora agora eu perceba a mesma estrutura e organização.

A possibilidade de desistir do curso de formação me trouxe reflexões, fiquei me perguntando como a taxa de evasão deve ser grande e não foi preciso muita pesquisa para constatar esse fato, acessei o meu livro de notas no AVA do IFRO RO e notei que dos 30 alunos do polo Cujubim que tinham no começo do curso, apenas 9 estavam cursando  e apenas 13 do polo Machadinho do Oeste, foi triste, me identifiquei e me perguntei se eu não poderia tê-los ajudado, naquele momento, me veio a memória as dificuldades deles assim que adentrei, mas a minha falta de experiência e minha  insegurança como tutora, não me permitiu dar maiores passos.

Entre as dificuldades dos cursistas, lembro que eles não conseguiam acessar o material, como o formato era em PDF, alguns não tinham o programa Adobe, então, eles não conseguiam abrir, eu tantava explicar, mas meus textos não eram úteis, uma vez que eles não sabiam usar o computador e suas funções, isso os frustrava e frustrava a mim também.

Outras situações problema se resumiam na dificuldade de anexar o memorial em word. Por vezes recebi memoriais em formatos incompatíveis que não abriam e, portanto, me impediam de corrigi-los, de avaliá-los, isso pode ter causado desmotivação e desistência de alguns cursistas, é só uma hipótese, claro, mas não consigo parar de pensar nessa possibilidade.

Uma boa conexão com a internet foi a ruína de muitos, quantas mensagens recebi no AVA de alunos que não conseguiam assistir as aulas, os vídeos não carregavam ou demoravam muito, sempre recebi relatos de internet lenta ou de alunos que não conseguiam usar o word.

Fiquei bastante preocupada com a dificuldade dos cursistas em utilizar o word, ficou complicado cobrar deles as normas da ABNT quando eles não tinham ideia de como dar um recuo, espaçamento ou usar citações diretas e indiretas. Encontrei-me num terrível impasse sobre como avaliar o memorial desses alunos considerando suas limitações.

Considerações finais

O curso de formação para tutores do Profuncionário trouxe um grande diferencial para o trabalho realizado por mim durante a tutoria do Profuncionário afinal, a formação adequada é um quesito fundamental para o bom desenvolvimento do ensino-aprendizagem, por isso, conhecer a proposta político-pedagógica do Profuncionário, foi um passo crucial para a oferta de um ensino de qualidade, principalmente por estar em pauta, a modalidade de ensino a distancia como mediadora do conhecimento.

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Memorial escrito por VALDINEIA BARRETO COELHO, tutora do curso Profuncionário em 2014/2015. Licenciada em Pedagogia, pela Faculdade Metropolitana, de Porto Velho, Rondônia.

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