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13 maio 2011

A HISTÓRIA DA HISTÓRIA


A história resulta da necessidade de reconstituir o passado, relatando os acontecimentos que decorreram da ação transformadora dos indivíduos no tempo, por meio da seleção( e da reconstrução) dos fatos considerados relevantes e que serão interpretados a partir de métodos diversos. A preservação da memória, porém, não foi idêntica ao longo do tempo, tendo variado conforme a cultura.

AS ANTIGAS CONCEPÇÕES DE HISTÓRIA

                     Para os povos tribais: o passado está relacionado com as origens dos tempos sagrados em que os deuses realizavam seus feitos extraordinários.

                     Sociedades mais complexas: os feitos dos antepassados passaram a ser registrados através do relato oral, mas ainda na dependência da proteção ou ira dos deuses. Exemplo: poeta grego Homero (séc.IX a.C), com as obras Ilíada e a Odisséia.

                     Séc.VI a.C: Surge a filosofia na colônia grega Jônia (atual Turquia), como uma maneira reflexiva de pensar o mundo, que rejeita a prevalência religiosa do mito e admite a pluralidade de interpretações racionais sobre a realidade. Permanece a visão estática do mundo e a concepção essencialista do ser humano, durante toda a Idade Antiga e Média, que não garantia o status de ciência, sendo vista portanto como uma forma menor de retórica destituída  de rigor e na qual, segundo alguns, eram feitas concessões demais à imaginação no relato dos fatos.  Esse gosto pelo permanente revela-se também na concepção dos filósofos Platão e Aristóteles (séc. IV a.C).

                     Heródoto de Halicarnasso: Ousou abordar a mudança, o tempo, procurando descrever os fatos, de modo que os grandes eventos gloriosos e extraordinários não fossem esquecidos. Por esse pioneirismo, Heródoto foi mais tarde chamado “pai da História”.

COMPREENSÃO DA HISTÓRIA COMO MOVIMENTO CÍCLICO

Foi outra tendência das teorias da compreensão histórica na Antiguidade. Políbio, (séc.II a.C.) usou essa teoria para explicar a ascensão, a decadência e a regeneração dos regimes políticos (monarquia, tirania, aristocracia oligarquia, democracia e demagogia).

HISTÓRIA MODERNA E CONTEMPORÂNEA

Somente a partir da modernidade, isto é, com as mudanças que começaram a ocorrer no séc. XVII, o estudo da História tomou nova configuração, consolidada no Iluminismo do século XVIII:

Þ    Ruptura com a tradição aristocrática do Antigo Regime, levado a efeito pelas revoluções burguesas.
Þ    Substituição do Feudalismo pelo capitalismo (Revolução Industrial).

         A História cíclica foi substituída pela descrição linear dos fatos no tempo, segundo as relações de causa e efeito. Os historiadores desenvolveram a noção de processo (de progresso) e investigaram o que entendiam por “aperfeiçoamento da humanidade”. Essa concepção aparece na corrente positivista, iniciada por Augusto Comte (1798-1857), fundador da sociologia.
Para Comte o ser humano teria passado por estados históricos diferentes e sucessivos até chegar ao “estado positivo”, caracterizado pelo rigor do conhecimento científico.

         Outros pensadores do século XIX inovaram a noção de história: Para Hegel (1770-1831) a História não é simples acumulação e justaposição de fatos acontecidos no tempo, mas resulta de um processo cujo motor interno é a contradição dialética: tese, antítese e síntese.

Karl Marx (1818-1883) – Apropriou-se da dialética hegeliana, ma a contrapôs ao idealismo de seu antecessor uma concepção materialista da história. Para Hegel o mundo é a manifestação da idéia, enquanto para Marx a história deve ser analisada a partir da infra-estrutura (fatores materiais, econômicos e técnicos) e da luta de classes. Em relação à educação, Marx a examina do ponto de vista dos interesses da classe dominante, o que explicaria para ele a ideologia da exclusão dos não-proprietários no acesso pleno à cultura.
Desse modo é possível compreender o conflito de interesses antagônicos entre o senhor x escravo (na Antiguidade), senhor Feudal x servo (na Idade Média), capitalista x proletário (a partir da modernidade).

         Sem perder de vista que nosso interesse aqui é a educação, lembramos que Marx a examina do ponto de vista dos interesses da classe dominante, o que explicaria, para ele, a ideologia da exclusão dos não proprietários no acesso plenos á cultura.

         A partir de 1929 (data da fundação da revista francesa ANNALES) começou o movimento conhecido como ESCOLA DOS ANAIS, do qual participaram diversas gerações de historiadores que buscavam o intercâmbio da história com as diversas ciências sociais e psicológicas, ampliando o campo da pesquisa histórica, ao mesmo tempo que abriam fecundo debate teórico-metodologico para a renovação dos estudos historiográficos .

          Mesmo porque com o termo “ESCOLA” não devemos supor uma orientação monolítica de um método ou de uma teoria especifica, mas um movimento que estimulou inovações e que comportava várias matrizes teórico-metodológicas, desde o seu inicio até hoje.

          Os fundadores da revista foram Marc BLOCH (1886-1944) e LUCIEN FEBVRE (1878-1956), que marcaram o período de formação dos Anais até a Segunda Grande Guerra; nos anos 1960, foi importante a contribuição de Fernand Braudel (que por sinal, a inda jovem, lecionou no Brasil na Universidade de São Paulo a partir de 1936 ); nos anos de 1970, Jacques Le Goff deu impulso à nova história, que ampliou o campo das indagações, com destaque para a história das mentalidades.

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

Tudo o que foi dito até aqui vale para a história da educação, já que o fenômeno educacional se desenrola no tempo e faz igualmente parte da história. Portanto não se trata apenas de uma disciplina escolar chamada História da Educação, mas igualmente da abordagem cientifica de um importante recorte da realidade.

Os estudos sobre a história da educação enfrentam as mesmas dificuldades metodológicas já mencionadas sobre a história geral, com agravante de que os trabalhos no campo especifico da Pedagogia são recentes e bastante escassos. Apenas no século XIX os historiadores começaram a se interessar por uma história sistemática e exclusiva da educação, antes apenas “apêndice” da história geral.

A situação é mais difícil no Brasil, a te há bem pouco tempo sem historiadores da educação de importância, com enormes lacunas a serem preenchidas. Segundo o professor Casemiro dos Reis Filho, em obra publicada em 1981, “somente depois de realizados estudos analíticos capazes de aprofundar o conhecimento da realidade educacional, tal como foi sendo constituída”, é que poderá ser elaborada uma história da educação brasileira “na sua forma de síntese”. 
     
PARA QUE A HISTORIA DA EDUCAÇÃO?

ü  Para cultivar um saudável ceticismo.
ü  Para compreender a história das identidades múltiplas.
ü  Para pensar os indivíduos como produtores de história.
ü  Para explicar que não há mudança sem história.

Resumo da aula de História da Educação ministrada pela professora Maria José Assunção apresentada na Faculdade Metropolitana de Porto Velho, Rondônia.

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