' '' O MUNDO DE SOFIA: IMMANUEL KANT: O ESCOLHIDO | PROF VAL BARRETO - CANDIDATA A VEREADORA DE PORTO VELHO!

12 junho 2011

O MUNDO DE SOFIA: IMMANUEL KANT: O ESCOLHIDO

Por: Valdineia Barreto






"duas coisas preenchem o meu espírito com uma admiração e respeito sempre novos e crescentes, quanto mais o pensamento se ocupa delas: o céu estrelado acima de mim e a lei moral dentro de mim".

(Immanuel Kant)

O livro “o mundo de Sofia” possui uma riqueza muito grande, porque eu escolhi Kant? Em se tratando da disciplina de Filosofia da Educação, resolvi dar ênfase ao filosofo Immanuel Kant, por quê?

§  Porque sua filosofia era semipermeável, ou seja, era baseada nas ideias de outros filósofos, colhendo o que ele considerava mais significante, assim acredito que ele selecionava as ideias mais cabíveis a sua lógica.

§  Porque além de um filósofo, ele estudava as demais ideias de outros filósofos.
§  Porque ele foi o primeiro dos filósofos tratado no livro “o mundo de Sofia” que lecionava filosofia numa universidade.

§  Porque ele era professor de filosofia.

§  Porque não se trata de ser o melhor filosofo, trata-se apenas de ser o mais apropriado segundo a minha concepção.

Confesso que foi difícil escolher apenas um filosofo, mas dentre tantos, alguns com frases celebres e famosas, mas Kant eu não conhecia, como já mencionei talvez seja essa a justificativa pelo meu fascínio, mas isso seria muito compreensivo. A questão é que Kant me chamou muito a atenção.

VOLTANDO DO ILUMINUSMO...

Quando Hilde foi para a cama, e Sofia leu a carta que o pai de Hilde havia mandado para ela, devolveu na lareira, então Knox chamou Sofia para sentar na Janela e contar sobre Kant, não supus que se tratava de alguém tão extraordinário. Inclusive cabe ressaltar que esse filosofo tinha uma fé cristã que lhe serviu de base importante para a sua filosofia, eu sempre achei que os filósofos não acreditassem em Deus, foi uma surpresa, e uma revelação ao ver que Filosofia e religião caminharam juntas. A importância de Kant para a educação tem que ser considerada, pois ele foi o primeiro dos filósofos falado no livro que lecionava filosofia numa universidade. O fato de saber que um filosofo, se preocupava muito com a educação, e ainda foi professor de filosofia, e isso realmente me surpreendeu.

Quando Knox explica para Sofia que ser um filosofo, é ser uma pessoa que procura encontrar as suas próprias respostas para as questões filosóficas, suas crenças, seus medos, sua opinião, suas ideias... Mas ele também explicou que um filósofo pode também ser um conhecedor da história da filosofia, sem desenvolver necessariamente uma filosofia própria. Então me veio a pergunta: qualquer pessoa que desenvolve uma ideia, filosofia, conceito, ou pensamento já é um filosofo?

Algumas pessoas são boas em umas coisas, outras em outras, Kant era espetacular porque, tanto era filosofo, quanto professor, isso dá a ele uma melhor visão nas doutrinas filosóficas, isso na minha opinião, é claro, mas vale ressaltar que ele era um perito em conhecimento, um filosofo completo, pois era bom nas duas coisas, bom filosofo, bom professor, dominava os dois campos.

Em uma palavra Kant era brilhante, por quê? Porque ele era capaz de entender, as ideias dos demais filósofos, e isso é brilhante, é claro que ele tinha as suas convicções, mas a questão é que ele conhecia as ideias filosóficas de outros filósofos, o que o permitia fazer uma separação pelo que ele acreditava ou não, ele via as ideias dos outros, para só então estabelecer um ponto de vista sobre o assunto, o que eu aprendi com isso é que devemos observar as situações entes de opinar, como comentar um texto se você não leu? Com coerência e concernência é humanamente impossível, exceto que já tenha um entendimento do assunto.

“Sabemos que os racionalistas consideravam que o fundamento de todo o conhecimento humano residia na razão. E sabemos ainda que os empiristas achavam que todo o conhecimento sobre o mundo provinha da experiência sensível. Hume tinha apontado para o fato de existirem claros limites no que diz respeito às conclusões a que podemos chegar com a ajuda das nossas impressões sensíveis” (Knox fala para Sofia)

            Kant concordava e discordava com todos esses filósofos ao mesmo tempo. Como isso é possível? É simples, no cotidiano ouvimos diversas historia e nos deparamos com situações, e como já sabemos tudo tem dois lados, eu nunca vi uma discussão entre duas pessoas, em que uma estivesse totalmente errada, e outra totalmente certa, de certo modo, em alguns pontos, as duas pessoas estão parcialmente certos, e parcialmente errados, não existe verdade absoluta, ainda, porque se houvesse Sócrates e Parmênides que em minha opinião foram os que mais buscaram o caminho da verdade, teriam encontrado.

            Depois de Descartes praticamente todos os filósofos se baseavam no racionalismo, pois estavam no ar duas probabilidades, a dúvida era se mundo é como percebemos que ele é, ou como a nossa razão o mostra? Kant acreditava que nas duas coisas, e cada uma dessas maneiras de ver o mundo e as coisas ao redor estavam certas. O que eu aprendi com isso, alem disso? Bem, às vezes vemos as coisas ao redor, como um vaso em cima da estante, apenas para enfeite, mas não sabemos de onde ele veio, (não falo de onde compramos), mas quem o fez, outra observação é que não percebemos os detalhes, os moldes, o design, os desenhos que tem na lateral, os nomes e números que tem no fundo, sabe por quê? Porque durante a corrida do nosso dia-a-dia simplesmente não paramos para refletir sobre isso. Então de que maneira vemos o vaso na estante? De maneira racional, ou sensível? Qual a forma correta de visão?

“Sofia pôs os óculos. Tudo o que estava à sua volta se tornou vermelho. As cores claras ficaram vermelho claro, às escuras vermelho escuro.
- O que é que vês?
-Vejo exatamente o mesmo que antes, mas agora é tudo vermelho.
- Isso se deve ao fato de as lentes determinarem o modo como vês a realidade.
‘Tudo o que vês é uma parte de um mundo exterior a ti mesma; mas o modo como a vês está relacionado com as lentes. Não podes dizer que o mundo é vermelho, mesmo que te pareça vermelho”

Isso responde a muitas questões, existem situações que envolvem muitas coisas, na nossa vida, na nossa existência, ou no mundo, por exemplo, ocorrem muitas fatalidades, mas isso não deve interferir na maneia como vemos o mundo, pois na mesma maneira que os como os óculos que Sofia usou, permitiu ver as condições de como o mundo pode ser visto, Kant mostra que existem condições na nossa razão que influenciam todas as nossas experiências, como as coisas são, e como pensamos, ou percebemos que são.
Vemos as coisas como fenômeno, presumimos, e usamos nossa intuição, as vezes isso dá a falsa impressão que já sabemos como tudo funciona, mas na realidade, não é bem assim, porque existem muitas coisas a se relevar quando o assunto é visão de mundo, é fazer jus a expressão “nem tudo que parece é”. Tudo vai depender do espaço, da organização das coisas, ou até mesmo como alguns que acreditam num sexto sentido que possuímos.

“Kant afirma que não é apenas a consciência que se adapta às coisas”

Às vezes nos acostumamos com as coisas ao nosso redor, como se tudo já estivesse claro, como se não houvesse mais segredos ou mistérios. Mas nem tudo depende da nossa visão, ou como nos adaptamos com as coisas, com a realidade, tudo está de certa forma na minha opinião ligada ao conformismo. Por isso Kant achava que todos os filósofos tinham razão em algumas coisas, e em outras não.

“As coisas também se adaptam à consciência. O próprio Kant chamava a isto a "revolução copernicana" na questão do conhecimento humano”.

É como se todas as pessoas estivessem presas aos seus hábitos, a sua rotina diária não permite que prestem atenção aos detalhes, e que tenham consciência de tudo, ou pelo menos consciência do que é importante. Num ou noutro momento da vida, caem em si, e em sã consciência, como se diz e passa a ter consciência das coisas, como são realmente.

“Kant também apontou para o fato de existirem claros limites para o que os homens podem conhecer. Podes dizer que os óculos da razão nos impõem limites”

Como assim? Essa foi a pergunta de Sofia, provavelmente a pergunta de Hilde, e, portanto a minha dúvida também. Para chegar a essa resposta, ou pelo menos tentar, é preciso fazer uma pequenina retrospectiva para recordar quais foram as verdadeiras "grandes" questões e dúvidas filosóficas dos filósofos anteriores a Kant: se o homem possui uma alma imortal; se Deus existe; se a natureza é constituída por partes indivisíveis; e se o universo é finito ou infinito.
Assim como Kant, eu não acredito que o ser humano chegue a um estagio completo de saber, os conhecimentos nunca serão seguro sobre essas questões e dúvidas, porque tudo muda e tudo está em constante evolução, eu creio que seja isso. Mas ironicamente: não tenho certeza se o homem possui uma alma imortal; se Deus existe; se a natureza é constituída por partes indivisíveis; e se o universo é finito ou infinito, realmente não tenho certeza. Kant achava que a razão limitava as formas que vemos tudo, é como se víssemos aquilo, como se só pudéssemos ver aquilo, ou eu ouso dizendo que é como se só quiséssemos ver aquilo. Que limite é esse?
Na verdade, ele achava que existe esse limite, restritamente quando se trata dessas grandes questões que foram desenvolvidas desde os pré-socráticos, ele não generalizou a mente, a imaginação, a lógica e a razão, podem sim ir aonde quiserem, ao infinito se possível.

“Nessa altura, não pode"trabalhar" nenhuma matéria dos sentidos; não tem experiências às quais se possa agarrar, porque nunca tivemos experiência da realidade total da qual somos uma pequena parte”

Como eu posso avaliar o universo como sendo finito, ou infinito se sou tão pequena? É lógico que para mim parece ser infinito, sabe por quê? Uma analogia simples é apenas olhar pro céu, você olha, vê tantas coisas, não compreende, e olha de novo, existem partes do céu que você viu, e tem a impressão de nunca ter visto, é como se seus olhos não fossem competentes o suficiente para ver todo o céu, e para completar as nuvens se movem constantemente.

Resumindo, segundo Kant, há dois elementos que contribuem para o nosso conhecimento, que são a experiência sensível e a razão. Não temos opinião sobre tudo, não compreendemos tudo, não sabemos tudo, não supomos, tão pouco prevemos tudo, porque somos uma parcela muito pequena de tudo isso, existem muitas questões abertas, incompreendidas, mas o livro mesmo fala, que a importância não está nas repostas , mas sim nas perguntas, quando se questiona qualquer coisa alem da futilidade das nas ações ou acontecimentos diários, estamos filosofando, sempre refletindo, analisando, aprendendo, é como se saber não fosse mais importante que a vontade de saber, é como se o amor a sabedoria, fosse mais forte que a própria sabedoria, e não seria isso filosofia, amor à sabedoria?

“E, por fim, também não podemos provar com a nossa razão a existência de Deus. Nesta questão, os racionalistas - por exemplo, Descartes - tinha tentado provar que Deus existe porque temos a idéia de um ser perfeito. Outros - por exemplo, Aristóteles e S. Tomás de Aquino - eram da opinião que Deus tinha de existir porque tudo tem de ter uma primeira causa. -E o que é que Kant pensava?

Kant não gostou de nenhum dos pensamentos. Ele rejeitou ambas as provas da existência de Deus. Nem a razão nem a experiência têm um fundamento seguro para afirmarem que Deus existe. Para a razão é tão provável como improvável que Deus exista.

A razão, que é considerada entre muitos como inquestionável, deixa brechas, e eu particularmente levando em consideração tudo isso, e o capitulo 3, que fala sobre os mitos, não acredito que Deus seja um mito, porque é perfeito demais para ter sido curado pelo homem, e também existem sinais que na minha opinião mostra que tudo foi criado para o propósito que vemos hoje, como o homem e a mulher, o leito materno, a própria natureza, é tudo fruto de algo divino, porque não?

Nesse mundo o perfeito não tem vida, então creio que Deus exista, mas quando lembro que “nada não pode vir do nada”, fico confusa, afinal quem criou Deus? Não tenho uma resposta ainda, quem sabe no final de curso eu chegue a uma conclusão final, ou triplique a minhas duvidas, que são consideradas duvidas eternas.

Kant ao contrario de mim, e de muitas outras pessoas, fez mais do que verificar que estas questões importantes tinham de ser deixadas no domínio da fé. Para ele, a suposição de que o homem tem uma “alma imortal”, que Deus existe e que o homem tem “livre arbítrio” era uma condição imprescindível para a moral. Uma coisa que eu também achei interessante é que para ele nós não temos livre arbítrio, apenas participamos do mundo, das coisas que acontecem.
“Só obedecendo a uma lei é que agimos em liberdade? Isso não é estranho?”

Essa frase foi umas das minhas preferidas mencionadas nesse livro, porque foi muito interessante pensar no que leva as pessoas a roubar ou a não roubar, por exemplo, você não rouba por medo de ir preso, ou porque faz parte do seu caráter não roubar? Se houvesse crime perfeito e você pudesse roubar sem que ninguém descobrisse, você roubaria?

Para concluir, segundo o livro, posso dizer que Kant conseguiu mostrar a saída para o impasse no qual a filosofia caíra com a disputa entre racionalistas e empiristas. Com Kant, termina também uma época na história da filosofia. Ele morreu em 1804 - no começo da época a que chamamos Romantismo.

No seu túmulo, em Kõnigsberg, está uma das suas frases mais citadas: "duas coisas preenchem o meu espírito com uma admiração e respeito sempre novos e crescentes, quanto mais o pensamento se ocupa delas: o céu estrelado acima de mim e a lei moral dentro de mim".

O que eu aprendi além de tudo isso? Bom aprendi que nem tudo é como pensamos, como vemos, como supúnhamos, como imaginamos, nem começa como achávamos que começava, assim como o livro existem muitas surpresas no decorrer do caminho, tudo tem dois lados, as pessoas vêem o que querem ver, e mais importante que tudo, nem tudo tem um final feliz!

Sim em relação ao filme fiquei triste, decepcionada é a palavras, pois ao perceber que Sofia era apenas um personagem e não uma pessoa, porque em minha opinião o mundo de Sofia não é como o nosso mundo, e Hilde não viu o que Sofia viu, por isso acho que Hilde poderia ter aprendido mais se tivesse vivido as experiências na própria pele como Sofia, se tivesse vivenciado, eu sei que isso não seria possível levando em consideração a racionalidade, mas acho que nessa altura do campeonato, sonhar, ou imaginar não é tão difícil , nem é errado se o nosso foco estiver na reflexão, nas analises, não importa o que vemos, mas como vemos, eu sinceramente após ler tudo isso, não poderia escolher entre razão e emoção, e considero isso o maior erro de Descartes...

A razão deveria, mas não fala mais alto que o coração, mesmo porque o sim é mais forte que o não. De qualquer modo, foi um prazer ler o livro, aprendi, e cresci muito como pessoa, e mesmo não colocando tudo que eu aprendi, mesmo sendo isso apenas um resumo, o meu aprendizado, sem duvida foi bem maior, talvez bem maior que eu mesma tenha suposto, e sei que isso vai ficar mais claro na maneira que as coisas forem acontecendo daqui pra frente. Deparando-se com a espessura do livro, fiquei assustada, mas acabei descobrindo, que em algumas situações, especificamente falando desse livro da Jontein Gaarder quantidade quer dizer qualidade. 

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