Neste
artigo será feito uma abordagem dobres os acontecimentos históricos da Educação
de Jovens e adultos no Brasil. Será apresentada uma linha histórica da história
da educação de jovens e adultos no Brasil segundo a concepção de Rosa Cristina
Porcaro, que assegura que mesmo que a EJA venha se dando desde o período do
Brasil Colônia, de uma forma mais assistemática, as iniciativas governamentais
no sentido de oferecer educação para os jovens e adultos são recentes.
Anos
Décadas
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Cronograma da
história da EJA no Brasil
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1876
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Foi feito
então, um relatório, pelo ministro José Bento da Cunha Figueiredo, apontando
a existência de 200 mil alunos frequentes às aulas noturnas. Durante muito
tempo, portanto, as escolas noturnas eram a única forma de educação de
adultos praticada no país.
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1940
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Começou-se
a detectar altos índices de analfabetismo no país, o que acarretou a decisão
do governo no sentido de criar um fundo destinado à alfabetização da
população adulta analfabeta.
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1945
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Com o
final da ditadura de Vargas, iniciou-se um movimento de fortalecimento dos
princípios democráticos no país. Com a criação da UNESCO (Organização das
Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), ocorreu, então, por parte
desta, a solicitação aos países integrantes (e entre eles, o Brasil) de se
educar os adultos analfabetos.
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1947
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O governo
lançou a 1ª Campanha de Educação de Adultos, propondo: alfabetização dos
adultos analfabetos do país em três meses, oferecimento de um curso primário
em duas etapas de sete meses, a capacitação profissional e o desenvolvimento
comunitário. Abriu-se, então, a discussão sobre o analfabetismo e a educação
de adultos no Brasil.
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1964
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Com o
Golpe Militar, deu-se uma ruptura nesse trabalho de alfabetização, já que a
conscientização proposta por Freire passou a ser vista como ameaça à ordem
instalada. A partir daí, deu-se o exílio de Freire e o início da realização
de programas de alfabetização de adultos assistencialistas e conservadores.
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1967
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O Governo
assumiu o controle da alfabetização de adultos, com a criação do Movimento
Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), voltado para a população de 15 a 30
anos, objetivando a alfabetização funcional – aquisição de técnicas
elementares de leitura, escrita e cálculo.
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Na década de 70
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Ocorreu,
então, a expansão do MOBRAL, em termos territoriais e de continuidade,
iniciando-se uma proposta de educação integrada, que objetivava a conclusão
do antigo curso primário. Paralelamente, porém, alguns grupos que atuavam na
educação popular continuaram a alfabetização de adultos dentro da linha mais
criativa. Com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, LDB 5692/71,
implantou-se o Ensino Supletivo, sendo dedicado um capítulo específico para a
EJA. Esta Lei limitou o dever do Estado à faixa etária dos 7 aos 14 anos, mas
reconheceu a educação de adultos como um direito de cidadania, o que pode ser
considerado um avanço para a área da EJA no país.
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1974
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O MEC
propôs a implantação dos Centros de Estudos Supletivos (CES), que se
organizavam com o trinômio tempo, custo e efetividade. Devido à época vivida
pelo país, de inúmeros acordos entre MEC e USAID, estes cursos oferecidos
foram fortemente influenciados pelo tecnicismo, adotando-se os módulos
instrucionais, o atendimento individualizado, a autoinstrução e a arguição em
duas etapas - modular e semestral.
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Anos 80
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Abertura
política, as experiências paralelas de alfabetização, desenvolvidas dentro de
um formato mais crítico, ganharam corpo. Surgiram os projetos de
pós-alfabetização, que propunham um avanço na linguagem escrita e nas
operações matemáticas básicas. Foi marcada pela difusão das pesquisas sobre
língua escrita com reflexos positivos na alfabetização de adultos.
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1985
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O MOBRAL
foi extinto e surgiu, em seu lugar, a Fundação EDUCAR, que abriu mão de
executar diretamente os projetos e passou a apoiar financeira e tecnicamente
as iniciativas existentes.
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1988
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Foi
promulgada a Constituição, que ampliou o dever do Estado para com a EJA,
garantindo o ensino fundamental obrigatório e gratuito para todos.
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Década
de 90
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O desafio
da EJA passou a ser o estabelecimento de uma política e de metodologias
criativas, com a universalização do ensino fundamental de qualidade. Em nível
internacional, ocorreu um crescente reconhecimento da importância da EJA para
o fortalecimento da cidadania e da formação cultural da população, devido às
conferências organizadas pela UNESCO, criada pela ONU e responsabilizada por
incrementar a educação nos países em desenvolvimento.
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1996
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Ocorreu
uma intensa mobilização incentivada pelo MEC e pela UNESCO, como forma de
preparação para a V CONFITEA. O MEC instituiu, então, uma Comissão Nacional
de EJA, para incrementar essa mobilização. A recomendação dada foi que cada
Estado realizasse um encontro para diagnosticar metas e ações de EJA. Desde
então, as instituições envolvidas decidiram dar prosseguimento a esses
encontros.
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1997
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A UNESCO
convocou SEEs, SMEs, Universidades e ONG’s para a preparação da V CONFITEA,
através da discussão e da elaboração de um documento nacional com
diagnóstico, princípios, compromissos e planos de ação. Estes eventos de
intercâmbio marcaram o ressurgimento da área de EJA.
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1998
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Os
mineiros implantaram seu Fórum Estadual. No mesmo ano, a Paraíba e o Rio
Grande do Norte fizeram o mesmo. Seguindo essa corrente de intercâmbios,
Curitiba realizou um encontro, patrocinado pela UNESCO, para a socialização
da V CONFITEA. Como consequência desse Encontro, veio a decisão de se iniciar
uma série de encontros nacionais de EJA.
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1999
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Ocorreu o
1º ENEJA, no Rio de Janeiro, onde participaram os Fóruns do Rio, de Minas, do
Espírito Santo, do Rio Grande do Sul e de São Paulo. Esse Encontro acabou
sendo um estímulo para o surgimento de outros Fóruns.
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2000
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Encontro
II ENEJA em Campina Grande – Paraíba – com a participação de oito Fóruns.
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2001
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Encontro
III ENEJA, com a participação de 10 Fóruns.
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2002
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Encontro
IV ENEJA, em Belo Horizonte, Minas Gerais, com a participação de 12 Fóruns;
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2003
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Encontro V
ENEJA, em Cuiabá, Goiás, com a participação de 17 Fóruns; em 2004.
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2004
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Encontro
VI ENEJA, em Porto Alegre, Rio Grande do Sul, com a participação de 22
Fóruns;
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2005
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Encontro
VII ENEJA, em Brasília, Distrito federal, com a participação de 24 Fóruns;
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2006
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Encontro
VIII ENEJA, em Recife, Pernambuco, com a participação de 26 Fóruns.
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CONCLUSÃO
O
estudo desse tema é muito importante, pois possibilitou conhecimentos
importantes sobre como começou a EJA no Brasil Colônia sendo destinada à
população adulta apenas de educação para a doutrinação religiosa, abrangendo um
caráter muito mais religioso que educacional.
Nessa
época, pode-se constatar uma fragilidade da educação, por não ser esta
responsável pela produtividade, o que acabava por acarretar descaso por parte
dos dirigentes do país (CUNHA, 1999). No Brasil Império, começaram a acontecer
algumas reformas educacionais e estas preconizavam a necessidade do ensino
noturno para adultos analfabetos.
A
história da EJA é muito recente e passa por um processo muito lento com o
passar dos anos. Atualmente está sendo desvalorizada pelo poder público e com
muitos problemas comuns da Educação em tempo integral e que só se agravam nessa
modalidade de ensino, como a evasão, falta de recursos pedagógicos e a
realidade do educando.
REFERÊNCIAS
BIBLIOGRAFICAS
CUNHA,
Conceição Maria da. Introdução –
discutindo conceitos básicos. In: SEED-MEC Salto para o futuro – Educação
de jovens e adultos. Brasília, 1999.
SOARES, Leôncio José Gomes. A educação de jovens e adultos: momentos
históricos e desafios atuais. Revista Presença Pedagógica, v.2, nº11,
Dimensão, set/out 1996.
SOARES,
Leôncio José Gomes. O surgimento dos
Fóruns de EJA no Brasil: articular, socializar e intervir. In: RAAAB,
alfabetização e Cidadania – políticas Públicas e EJA. Revista de EJA, n.17,
maio de 2004.
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