1 INTRODUÇÃO
Esse trabalho consiste no
resumo e inicia situando o livro que foi analisado e a partir
disso, o capitulo do qual foi feito um resumo crítico. Em seguida é feita a
apresentação critica e sintetizada sobre a temática “GÊNERO E SEXUALIDADE NOS
DESENHOS DA DISNEY’, de modo que são feitas discussões junto a autora, a partir
da concepção do tema como interesse primordial na área da Pedagogia.
2
SOBRE O LIVRO
O livro “Gênero
e Sexualidade: Um debate contemporâneo na educação” é resultado do encontro
de vários estudiosos sobre questões relacionadas à saúde, religião, educação,
corpo, sexo, gênero. A equipe de organização é formada por Guacira Lopes Louro,
Jane Felipe e Silvana Vilodre Goellner. Trata-se da 5ª edição do livro pela Editora
Vozes, publicado em 2010.
2.1.1
Sobre o capítulo em questão
O
capítulo em questão é o 12, intitulado por “Gênero
e sexualidade nos desenhos da Disney”, escrito por Claudia Cordeiro Rael, uma
das autoras que discute a temática de gênero e sexualidade.
3 GÊNERO E SEXUALIDADE NOS DESENHOS DA DISNEY
A autora inicia citando a perspectiva de Louro
(1998) sobre as múltiplas práticas sociais, as instituições e os discursos ao
redor do sujeito fazendo com que este produza e reproduza as diferenças existentes entre as pessoas, que
faça distinções e propague a desigualdade.
Rael (2010) explica que o avanço tecnológico, a
grande quantidade de informações e a acelerada forma como se espalha altera as
formas de aprender e a escola, como espaço de aprendizagem e de acesso a
informação e conhecimento não está livre das modificações nas formas de
aprender.
A escola embora não seja mais considerada o centro do
problema e mesmo não sendo a única via de conhecimento, ainda é umas
instituições de propagação de conhecimento muito importante. Existem também, outras vias de construção e de divulgação
de saberes explica a autora, citando o “cinema, os documentários, os shoppings,
os museus, os brinquedos, os vídeos-game, e a mídia em geral”. (RAEL, 2010, p.
160).
Exemplificando Rael, (2010) afirma que essas situações
podem acontecer através de uma novela, uma propaganda, um desenho animado,
enfim, qualquer uma dessas vias pode atuar influenciando comportamentos e
identidades sociais a serem seguidos e que sem que as pessoas percebam regulam
suas vidas.
Portanto, diante das variadas veiculações de saberes que
ditam padrões de comportamento estão, os desenhos animados, que por sua vez são
grandes recursos de aprendizagem diante de sua ampla circulação, na verdade,
Rael (2010), coloca o desenho com um importante artefato cultural do século
XXI. É interessante a forma como a autora posiciona o desenho
animado, caracterizando-o como uma Pedagogia, já que exercita esse fim em
concordância com a perspectiva de Steinberg (1997) que também tem essa mesma
visão.
Entre os desenhos animados, a autora selecionou alguns
trechos de desenhos animados da Disney, sendo estes: “A pequena Sereia (1989),
A bela e a fera (1991) e Mulan (1998). Nos desenhos da Disney muitos recursos simbólicos
são utilizados para mostrar comportamentos, como apropriado e inadequado, os
personagens bons dos desenhos são representados por cores claras e os maus,
pelas cores escuras, assim, determinam quem são os heróis e quem são os vilões
da história.
A representação gráfica, ou seja, a imagem dos personagens
também mostra as diferenças entre os personagens no desenho. Normalmente as
heroínas são magras, possuem olhos pequenos, traços delicados, nariz fino e bem
pequeno, tem uma voz afinada e deliciada ao se ouvir. As “[...] vilãs tem as
linhas e traços mais pontiagudos, as feições são marcadas por traços mais
fortes, tradicionalmente consideradas como feias e grotescas”. (p. 162).
Sobre a sexualidade feminina, as heroínas, sempre
são marcadas como as que vivenciam um período de graça da puberdade,
normalmente, heroínas adolescentes, as que estão no auge da sexualidade são as
maduras como a madrasta da Branca de Neve, a bruxa do mar Úrsula, já as personagens
que representam as mulheres na “pós-menopausa” são sempre as serviçais, as boas
fadas, como a Madame Samonar, a mãe e a avó de Mulan, o que de certa forma
mostra que as mulheres mais velhas não são sexualmente ativas e a imagem de que elas não podem ter esse
direito, são propagadas de forma que sempre são vistas dessa forma, e isso
condiz com a realidade da sociedade, nos “desenhos circulam essas mesmas
representações de corpos e de aparências, e ainda são veiculados determinados
discursos sobre gênero, sexualidade, raça”. (p. 162).
A autora enfatiza que através de histórias como ‘A pequena
sereia’, ‘A bela e Fera’ e ‘Mulan’, as crianças, assim como os jovens, “aprendem
quais os comportamentos devem valorizar, quais atitudes e gestos adequados a cada
um dos gêneros”. (p. 163).
3.1
A GAROTA IDEAL
Rael, (2010) apresenta os desenhos da Disney, ‘A
pequena sereia’, ‘A bela e Fera’ e ‘Mulan’, como diferentes, assim como os
grupos dos quais pertencem. Nos desenhos, as personagem devem ser “Gentis e
bondosa”, “amiga” reforçando um padrão comportamental, o padrão de delicadeza,
contudo, sobre os grupos, sabe-se que o:
“[...] mesmo grupo que as marca e
as exclui é aquele que se utiliza de alguns mecanismos como, por exemplo, a
música e as palavras para dizer como essas jovens “devem ser” a fim de que
também passem a ser parte dessa comunidade, mais que isso, como elas devem se
constituírem a “garota ideal”. (p. 163).
Nos desenhos ‘A
pequena sereia’, ‘A bela e Fera’ e ‘Mulan’,
analisados pela autora, existe “uma grande preocupação em mostrar quais as
atitudes são consideradas a uma garota. A maneira como elas devem agir são
constantemente ensinadas”. (p. 163).
Em ‘A pequena sereia’, Ariel assume a sua identidade
ao ser apontada como “princesa”, “bela garotinha”, “garota maluca”, já em ‘A
bela e fera’ a personagem principal assume a identidade de uma garota doce, que
educa, ensina e cuida e ainda como um ser salvador do sexo masculino, e que é
capaz de ajudar a fera a ser melhor. Em Mulan, a identidade de garota ideal é
definida como aquela que cuida que cozinha, não precisa ser bela e não deve
usar o cérebro. (RAEL, 2010).
A autora conclui ressaltando que em todos os três desenhos
analisados, as representações indicam padrões hegemônicos de masculinidade e de
feminilidade, e ainda todos exercem Pedagogia de gênero e de sexualidade.
4
CONCLUSÃO
Os desenhos animados veiculam discursos e as pessoas
acabam adotando os saberes e as informações como um padrão, ou seja, o
comportamento das personagens nos desenhos, muitas vezes é aprendido sendo
muito difícil de ser mudado.
Foi muito importante compreender
os desenhos animados como Pedagogias, de gênero e de sexualidade, e ainda como
instância cultural, capaz de ensinar a produzir e reproduzir identidades, de
gênero e de sexo de crianças e adolescentes.
Neste caso, o professor diante dessa realidade precisa
saber como atuar junto a esses desenhos, intervindo, instruindo-os para que
esses padrões sejam superados, já que na realidade, as diferenças existem, e
também merecem ser valorizadas.
RERERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
LOURO, Guacira Lopes; GOELLNER,
Silvana. Gênero
e Sexualidade: Um debate
contemporâneo na educação. 5ª edição. Rio de Janeiro: Vozes, 2010.
STEINBERG, Shirley R. Kindercultura: A construção da infância pelas
grandes corporações. Rio de Janeiro: Vozes, 1997.
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