Esse trabalho consiste na síntese crítica do livro:
“Pedagogia da terra: ecopedagogia e educação sustentável” do autor Moacir
Gadotti que consiste em uma seleção de informações de diversos autores para
reflexão sobre a temática da Educação ambienta e qual a prática ideal para o
Pedagogo na sala de aula.
A síntese inicia verificando alguns aspectos quanto
a Pedagogia da terra com ênfase a ecopedagogia e educação sustentável, o que
também requer que seja analisado o contexto da sociedade atual com respeito as
eras que são vivenciadas e seus impactos a educação e ao estilo de vida da
sociedade hoje.
Este
trabalho aborda traz algumas reflexões do autor sobre a educação do futuro que
para ele, consiste na Pedagogia da práxis no qual estabelece algumas categorias
para a análise das perspectivas atuais, além dos princípios pedagógicos para uma sociedade sustentável.
Essa
síntese aborda ainda a consciência ecológica, a ecopedagogia, ecoformação, o
movimento pedagógico e a abordagem curricular bem como um breve comentário a
cerca da demanda dos povos à proclamação dos direitos da terra, neste caso a
tão estimada ‘carta da terra’. A síntese
se encerra com algumas considerações sobre a planetaridade, a globalização da cidadania e o movimento pela
ecopedagogia.
1 PEDAGOGIA DA TERRA: ECOPEDAGOGIA E
EDUCAÇÃO SUSTENTÁVEL
Moacir
Gadotti, professor titular da Universidade de São Paulo, diretor do Instituto
Paulo Freire e autor de várias obras reuniu diversas reflexões advindas de
diferentes debates ocorridos em encontros, congressos e conferências referentes
à temática ‘educação ambiental’ que serão o foco desta análise.
1.1 O CONTEXTO DA SOCIEDADE ATUAL: AS ERAS
E SEUS IMPACTOS
Gadotti
(2001) inicia as discussões falando sobre o mundo atual e o define como sendo parte
de algumas eras que podem ser apresentadas pela ilustração a seguir:
Sobre a era do exterminismo,
não se trata de radicalismo do autor, afinal, a humanidade está se destruindo
não por armas nucleares, guerras ou epidemias, mas pela corrida desenfreada da
industrialização a priorização do lucro reforçado pelo sistema econômico
vigente, o capitalismo.
O autor comenta as palavras
de Schmied-Kowarzik, (1999, p. 6) quando afirma que “A possibilidade da
autodestruição nunca mais desaparecerá da história da humanidade. Daqui para a
frente todas as gerações serão confrontadas com a tarefa de resolver este
problema”.
Neste caso, embora a
população não preserve o meio ambiente por justificativas nada plausíveis como
“quando a água acabar não estarei mais
vivo mesmo” ou ainda “o progresso
justifica a exploração dos recursos naturais, é um mal necessário”, tais
afirmações representam uma verdadeira tragédia, e as gerações futuras irão
arcar com as agressões do meio ambiente e talvez aprendam como lidar com o
progresso com uma visão mais sustentável.
Uma resposta para essa
justificativa se resume ao fato de que muitos não estarão aqui, mas estarão
seus filhos, netos, bisnetos, para não mencionar o comprometimento do futuro da
humanidade. Os fins não justificam os meios quando o assunto é o meio ambiente,
porque na verdade, não há como compensar a natureza com obras de concretos,
obras de compensação na verdade, não podem abalizar-se aos recursos naturais,
principalmente os não renováveis.
Gadotti
(2001) acredita que é necessário que atitudes sejam tomadas enquanto há tempo e
não se refere somente as entidades ambientais como únicas responsáveis pela
preservação, mas ainda a “[...] ecologizar
a economia, a pedagogia, a educação, a ciência, etc”. (p. 81).
Gadotti (2001) atribui a era
do capitalismo o poder destrutivo mais negativo que existe para a natureza. O capitalismo aumentou mais a
capacidade de destruição da humanidade do que o seu bem-estar e prosperidade.
As realizações concretas do socialismo seguiram na mesma esteira destrutiva
colocando em risco não apenas a vida do ser humano mas de todas as formas de vida
existentes sobre a Terra.
Tais
afirmativas levaram o autor a concordar com Elmar Altvater quando afirma que
“hoje a questão social pode ser elaborada adequadamente apenas como questão
ecológica” (1992, p. 18), diante dessa afirmativa, não há como pensar no bem
estar social, sem que a questão ambiental esteja inserida nesse contexto do bem
estar ou de transformação.
O
capitalismo influencia o ser humano a destruir cada vez mais o ambiente em que
vive, não se trata de sobrevivência, conforto ou bem estar e sim de agredir o
meio de forma que prejudique a existência sobre a terra, neste caso, a era da
globalização, o exterminismo e do capitalismo são indissociáveis e
catastróficas.
Outro destaque que caracteriza o cenário
mundial é a era da informação, responsável pela dinâmica de sociedade e
informação que surge em tempo real e afeta o planeta, quase que
instantaneamente. Gadotti (2001) discorre sobre a globalização de alguns setores
que podem ser explicitados pela ilustração a seguir:
Dessa forma, Gadotti (2001)
apresenta alguns componentes do cenário mundial, afinal a sociedade encontra-se
envolta desses processos e tudo está ligada ao meio ambiente, afinal, o avanço
da tecnologia, a globalização da economia e industrialização, assim como a
informação e afins mostram o contexto atual.
2 EDUCAÇÃO
DO FUTURO: PEDAGOGIA DA PRÁXIS E CATEGORIAS PARA A ANÁLISE DAS PERSPECTIVAS
ATUAIS
É
nesse contexto de vigência do capitalismo, na era da globalização e informação
que surge a necessidade pensar a educação do futuro. Gadotti (2001) afirma que
para iniciar esse pensar é necessário fazer alguns questionamentos, sobre as
categorias que pode explicar essa educação. O autor destaca algumas dessas
categorias, são elas:
As categorias “contradição”,
“determinação”, “reprodução”, “mudança”, “trabalho” e “práxis”, aparecem
freqüentemente na literatura pedagógica contemporânea, sinalizando já uma
perspectiva da educação, a perspectiva da pedagogia da práxis. Essas são categorias consideradas clássicas
na explicação do fenômeno da educação. Elas se constituem um importante referencial para a nossa prática.
(GADOTTI, 2001, p. 82).
Gadotti (2001) aponta cinco
categorias para análise mais freqüentes na literatura pedagógica e que podem
auxiliar na compreensão das perspectivas atuais de educação que pode ser
apresentas pela ilustração a seguir:
Ilustração 3. Categorias de análise das perspectivas atuais de educação
As categorias apresentadas por Gadotti (2001)
problematizam muitas interrogações que possibilitam abertura de diversos
caminhos alternativos, como é o caso do Planetaridade:
A Terra é um “novo
paradigma” (Leonardo Boff). Que implicações têm essa visão de mundo sobre a
educação? O que seria uma ecopedagogia (Francisco Gutiérrez) e uma ecoformação
(Gaston Pineau)? O tema da cidadania planetária pode ser discutido a partir
desta categoria. Podemos nos perguntar com Milton Nascimento: “para que
passaporte se fazemos parte de uma única nação?”. Que conseqüências podem tirar
para alunos, professores e currículos?
Nesse
contexto da planetaridade é possível que o pedagogo leve aos seus alunos a
questão da totalidade a sua disposição, a importância de pequenas atitudes, mas
que unidas a outras podem trazer um grande diferencial. O mundo precisa pensar
a forma como compreende e pensa a educação diante da demanda que lhe é
requerida.
A ecopedagogia pode trazer
através de ações no espaço escolar que possa agir como educação transformadora,
na qual o aluno aprende a interceder para e com a ecologia e preservação do
meio ambiente.
A questão referente ao
currículo fomenta discussões antigas e que merecem enfoque quanto a temática da
educação ambiental, afinal, será que o currículo propõe realmente uma educação
para o futuro? Será que existe uma consciência planetária que realmente possa
ser consolidada?
Segundo
a Gadotti (2011, p. 83) sobre a categoria ‘Sustentabilidade’ define a sua origem
a partir da perspectiva da economia e ecologia e possibilita alguns
questionamentos, sobre o tema da sustentabilidade, sabe-se que:
[...] originou-se na economia
(“desenvolvimento sustentável”) e na ecologia, para inserir-se definitivamente
no campo da educação, sintetizada no lema “uma educação sustentável para a
sobrevivência do planeta”, difundido pelo Movimento pela Carta da Terra na
Perspectiva da Educação e pela Ecopedagogia. O que seria uma cultura da
sustentabilidade? Esse tema deverá dominar muitos debates educativos das
próximas décadas. O que estamos estudando nas escolas? Não estaremos
construindo uma ciência e uma cultura que servem para a degradação e
deterioração do planeta?
Assim
sendo, diante desses questionamentos, sabe-se que a ideia central da
sustentabilidade parte do uso de recursos naturais de forma responsável e
visando a sobrevivência do planeta. Portando, esse tema está ligado a ‘Virtualidade’,
essa categoria por sua vez:
[...] implica toda a discussão
atual sobre a educação à distância e o uso dos computadores nas escolas (Internet).
A informática, associada à telefonia, nos inseriu definitivamente na era da
informação. A informação deixou de ser uma área ou especialidade para
tornar-se uma dimensão de tudo, transformando profundamente a forma como a
sociedade se organiza, inclusive o modo de produção. Quais as conseqüências
para a educação, para a escola, para a formação do professor e para a
aprendizagem? Conseqüências da obsolescência do conhecimento. Como fica a
escola diante da pluralidade dos meios de comunicação? Eles nos abrem os novos
espaços da formação ou irão substituir a escola? (GADOTTI, 2011, p. 83).
Essa dimensão mais abrangente sobre a informação
influi na organização da sociedade, seu modo de vida, isso certamente traz a
tona reflexões sobre como a informação influi na educação, neste caso, adentra
outros elementos, não apenas a formação do aluno, mas do professor.
Cabe analisar outras
duas categorias, igualmente relevantes, como a globalização e a
transdisciplinaridade que também possibilita reflexões importantes e que
precisam ser analisadas diante de sua relevância, visto que essas duas
categorias representam processos que afetam diferentes as esferas da sociedade.
O processo da globalização está
mudando a política, a economia, a cultura, a história... portanto também a
educação. É uma categoria que deve ser enfocada sob vários prismas. O global e
o local se fundem numa nova realidade: o “glocal”. Para pensar a educação do
futuro, precisamos refletir sobre o processo de globalização da economia, da
cultura e das comunicações.Embora com significados distintos, certas
categorias, muito próximas da transdisciplinaridade, como transculturalidade, transversalidade, multiculturalidade e
outras, também indicam uma nova tendência na educação, que será preciso
analisar. Como construir interdisciplinarmente o projeto político-pedagógico da
escola? Como relacionar multiculturalidade, educação para todos e currículo?
Como encarar o desafio de uma educação sem discriminação étnica, cultural, de
gênero? (GADOTTI, 2011, p. 83).
Diante
do exposto, fica claro que o processo de globalização afeta as esferas da
economia, cultura, política e ainda as esferas sociais e culturais da sociedade,
o que certamente traz muitas perspectivas diferentes de prismas importantes. No
que se refere a transdisciplinaridade representam tendências que precisam ser
consideradas já que estão sendo ampliadas no decorrer do milênio. A questão da
escola e da proposta da transdisciplinaridade resguarda grave complexidade.
3 PRINCÍPIOS PEDAGÓGICOS PARA UMA SOCIEDADE SUSTENTÁVEL
Moacir Gadotti (2011) afirma que para entender o que é ecopedagogia
é necessário começar explicitar o que é pedagogia e o que é sustentabilidade e
para estabelecer as diferenças, utiliza das obras de Francisco Gutiérrez e Daniel Prieto (1994) sobre a “mediação pedagógica”, os
autores definem pedagogia como o trabalho de promoção da aprendizagem através
de recursos necessários ao processo educativo no cotidiano das pessoas.
Para
eles, a vida cotidiana é o lugar do sentido da pedagogia, pois a condição
humana passa inexoravelmente por ela. A mídia eletrônica, nos interliga ao
mundo todo, mas não anula esse lugar, pois “a revolução eletrônica cria um
espaço acústico capaz de globalizar
os acontecimentos cotidianos”.
Gadotti
(2001) comenta as ideias de Francisco
Gutiérrez (1996) que acredita que parece ser impossível construir um
desenvolvimento
sustentável sem uma educação
para o desenvolvimento sustentável. Para ele, o desenvolvimento sustentável requer
quatro condições básicas, conforme ilustrado a seguir:
3.1 CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA, ECOPEDAGOGIA E ECOFORMAÇÃO
Gadotti (2001) comenta ainda a exploração da
problemática da autoformação que Gaston Pineau criou o neologismo “ecoformação” nos anos 80,
relacionado-o às histórias de vida das pessoas. Experiências cotidianas
aparentemente insignificantes como uma corrente de ar, um sopro de respiração,
a água da manhã na face- fundamentam as relações com si próprio e com o mundo.
A tomada de consciência dessa realidade é profundamente formadora. O meio
ambiente forma tanto quanto ele é formado ou deformado.
3.1.1 Ecopedagogia: movimento pedagógico e
abordagem curricular
Gadotti considera
indispensável a reflexão a cerda da ecopedagogia, por isso contextualiza alguns
aspectos quando fala sobre a origem da palavra e dessa concepção em si. A
palavra ecologia foi criada em 1866 pelo biólogo alemão Ernst Haeckel (1834-1919),
como um capítulo da biologia, para designar o estudo das relações existentes
entre todos os sistemas vivos e não-vivos entre si e com seu meio ambiente. (GADOTTI,
2001).
Hoje podemos distinguir 4 grandes vertentes
da ecologia: a ecologia ambiental que se preocupa com o meio ambiente-, a
ecologia social que insere o ser humano e a sociedade dentro da natureza e
propugna por um desenvolvimento sustentável-, a ecologia mental ou profunda que
estuda o tipo de mentalidade que vigora hoje e que remonta a vida psíquica
humana consciente e inconsciente, pessoal e arquetípica-, e a ecologia integral
-que parte de uma nova visão da Terra surgida quando, nos anos 60, ela pôde ser
vista de fora pelos Astronautas.
Gadotti
(2011) comenta sobre a demanda dos povos à proclamação dos direitos da terra baseada em princípios e valores
fundamentais, que nortearão pessoas e Estados no que se refere ao
desenvolvimento sustentável, a Carta da Terra servirá como um código
ético planetário. Uma vez aprovada pelas Nações Unidas por volta de 2002, a Carta
da Terra será o equivalente à Declaração Universal dos Direitos Humanos no
que concerne à sustentabilidade, à eqüidade e à justiça.
O projeto da Carta da Terra inspira-se em
uma variedade de fontes, incluindo a ecologia e outras ciências contemporâneas,
as tradições religiosas e as filosóficas do mundo, a literatura sobre ética
global, o meio ambiente e o desenvolvimento, a experiência prática dos povos
que vivem de maneira sustentada, além das declarações e dos tratados
intergovernamentais e não-governamentais. Entre os valores de referência podem
ser apresentados pelo quadro abaixo:
Ilustração 5. Valores de
referência da carta da terra
1.
Respeito à Terra e à sua existência.
|
7. A distribuição eqüitativa
dos recursos da Terra.
|
2. A
proteção e a restauração da diversidade, da integridade e da beleza dos
ecossistemas da Terra.
|
8. A participação democrática
nos processos de decisão.
|
9. A igualdade de gênero.
|
|
3. A produção, o consumo e a
reprodução sustentáveis.
|
10. A
responsabilidade e a transparência nos processos administrativos.
|
4.
Respeito aos direitos humanos, incluindo o direito a um meio ambiente
propício à dignidade e ao bem-estar dos humanos.
|
11. A promoção e aplicação dos
conhecimentos e tecnologias que facilitam o cuidado com a Terra.
|
12. A
educação universal para uma vida sustentada.
|
|
5. A
erradicação da pobreza.
|
13. Sentido da responsabilidade
compartilhada, pelo bem-estar da comunidade da Terra e das gerações futuras.
|
6. A paz e a solução não
violenta dos conflitos.
|
|
Fonte: Adaptado de
Gadotti, 2001, p. 101.
A Carta da Terra a será proclamada pelas Nações
Unidas, dando prosseguimento aos compromissos assumidos pelos Povos, Nações,
Estados e Sociedade Civil, na Rio-92, tanto no Fórum Global quanto na UNCED (United
Nations Conference on Environment and Development).
Entretanto, todos os esforços nesse sentido pouco
adiantarão se a Carta da Terra representar apenas um conjunto de princípios
elaborados por especialistas, negociados politicamente pelos governos e
proclamados solenemente.
É necessário que a Carta seja, acima de tudo,
vivenciada no cotidiano das pessoas. Para que isso aconteça de fato, é fundamental
o processo coletivo de educação, sistemático e organizado, que nos assegure que
o maior número possível de cidadãos do planeta.
Assim sendo, que não apenas tenha tomado
conhecimento do conteúdo da Carta, mas tenha participado ativamente da sua
elaboração e tomado consciência de que um futuro saudável da Terra depende da
criação de uma cidadania planetária.
Os seres com os quais compartilhamos o planeta.
Como construir na prática essa ética integral sem um processo educativo? Isso
exige certamente uma nova compreensão do papel da educação, para além da
transmissão da cultura e da aquisição do saber.
Implica na
construção de novos valores e novas relações. “Nosso futuro comum” depende de
nossa capacidade de entender hoje a situação dramática na qual estamos devido à
deterioração do meio ambiente. E isso passa por um processo de conscientização
planetária.
5
PLANETARIDADE E GLOBALIZAÇÃO DA CIDADANIA
A cidadania sem democracia embora possa haver
exercício não democrático da cidadania. A democracia fundamenta-se em três
direitos: direitos civis (como segurança e locomoção); direitos sociais (como
trabalho, salário justo, saúde, educação, habitação, etc.); direitos políticos
(como liberdade de expressão, de voto, de participação em partidos políticos e
sindicatos, etc.).
Educar para a cidadania planetária supõe o
desenvolvimento de novas capacidades, tais como:
1) sentir,
intuir, vibrar emocionalmente (emocionar);
2)
imaginar, inventar, criar e recriar;
3)
relacionar e inter-conectar-se, auto-organizar-se;
4)
informar-se, comunicar-se, expressar-se;
5)
localizar, processar e utilizar a imensa informação da ‘aldeia global’;
6) buscar
causas e prever conseqüências;
7)
criticar, avaliar, sistematizar e tomar decisões;
8) pensar
em totalidade (holisticamente).
5
MOVIMENTO PELA ECOPEDAGOGIA
Em julho de 1999, com base na obra de Francisco
Gutiérrez e na consulta a vários membros do Instituto Paulo Freire, elaborei
uma primeira minuta de referência da “Carta da Ecopedagogia”.
Os participantes do Encontro Internacional, durante
três dias, debateram esta nova versão da Carta, fizeram muitas sugestões e
criaram o “Movimento pela Ecopedagogia”, indicando o Instituto Paulo Freire
para secretariá-lo.
A minuta da “Carta da Ecopedagogia”, por indicação
dos participantes daquele Encontro, continua como um documento aberto, um instrumento
de trabalho para a construção de uma pedagogia da Terra. Para dar prosseguimento
ao debate, incluo-a neste texto.
6 CONCLUSÃO
Foi possível notar que o capitalismo está associado
a destruição do planeja e anula muitas tentativas de diversos setores da sociedade
para promoção da sustentabilidade, contudo, embora muitas ações não tenham
sucesso, não há como fugir do desgaste causado pela humanidade, assim sendo,
logo as gerações futuras irão confrontar os impactos ambientais provenientes do
estilo de vida da sociedade atual.
Não há como apenas observar os
recursos naturais sendo explorados ou desperdiçados, é necessário mais que a
reflexão sobre o meio ambiente e sim ações para efetuar mudanças nas atitudes
da população de modo geral, desde o executivo de grandes indústrias até o aluno
que aprende que o papel deve ser jogado no lixo, ou seja, a educação ambiental
surge num contexto de mudanças e de transformação do meio ambiente.
A práxis refere-se a união
da teoria da prática pedagógica e nesse contexto significa dizer que a educação
do futuro é aquela que forma o indivíduo não apenas como mero acúmulo de
informações sobre sustentabilidade e preservação do meu ambiente, mas a contribuir
diretamente e utilizar o conhecimento que possui em favor da preservação do
recursos naturais e outras ações em prol do desenvolvimento saudável do
ambiente.
Notou-se que a ecopedagogia
é uma grande aliada de ações para serem realizadas no espaço escolar, através
dela o Pedagogo pode formar o aluno através da educação transformadora, na qual
o aluno aprende a interceder para e com a ecologia e preservação do meio
ambiente. Contudo, foi possível perceber
que a ecoformação tem uma influência muito grande já que o professor precisar
ser preparado para pensar a educação ambiental antes de mediá-la para o
educando, primeiro precisa ser formado para formar para educação do futuro.
O diálogo entre Moacir
Gadotti e os autores que se uniram ao precoce de reflexão quanto as
possibilidades da educação ambiental possibilitou a compreensão de como a vida
cotidiana do aluno pode trazer um sentido a Pedagogia e as ações do ‘educador
ambiental’, uma vez que as bases da formação representam um grande diferencial
para o aluno enquanto ser consciente da preservação do meio ambiente, para a
sustentabilidade e consciência planetária.
ALTVATER,
Elmar. O preço da riqueza: pilhagem
ambiental e a nova (des)ordem mundial. São Paulo: UNESP, 1992.
GADOTTI, Moacir. Pedagogia da Terra. São Paulo: Petrópolis, 2001.
GUTIÉRREZ,
Francisco e Cruz Prado Ecopedagogia e cidadania planetária São Paulo: Cortez,
1999.
GUTIÉRREZ;
Francisco; DANIEL, Prieto. La mediación
pedagogica para la educación popular. San José: Radio Nederland Training Centre, ICEALA/ILPEC, 1994.
MORIN, Edgar; KERN,
Anne. Consciência ecológica. Paris: Seuil, 1993.
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